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Grupo Vita reporta 16 casos de abuso sexual na Igreja às autoridades – Novidades em cima da hora!

O Grupo Vita reportou ao Ministério Público (MP) e à Polícia Judiciária (PJ) 16 casos de violência sexual no contexto da Igreja Católica durante os primeiros seis meses de atividade, segundo o relatório apresentado hoje.

De acordo com o documento da estrutura criada pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para o acompanhamento de vítimas de abusos sexuais, foram sinalizadas 16 situações às autoridades para investigação. Além disso, outros 45 casos foram comunicados às estruturas ligadas à Igreja, sendo que 27 deles foram direcionados para as comissões diocesanas.

Durante o período de 22 de maio a 30 de novembro, o grupo recebeu 278 chamadas telefônicas que abordavam não apenas violência sexual na Igreja, mas também outras formas de violência e ocorrências não relacionadas com a missão do Grupo Vita. Destas chamadas, 64 vítimas e um indivíduo leigo que alegadamente cometeu crimes sexuais no contexto da Igreja foram identificados.

Em relação aos atendimentos realizados, 42 ocorreram de forma presencial ou online, dos quais três não se enquadravam como adultos vulneráveis. A maioria dessas situações não tinha sido reportada no trabalho anterior da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica e terá ocorrido nas décadas de 60 e 80 do século XX.

O relatório também revela que a maioria das vítimas não havia feito denúncias às estruturas eclesiásticas ou às autoridades judiciárias. Até o momento, 18 vítimas foram encaminhadas para apoio psicológico, duas para apoio psiquiátrico, quatro para apoio social, uma para apoio jurídico e quatro para apoio financeiro.

Além disso, quatro vítimas manifestaram interesse em serem indemnizadas pela Igreja, enquanto outras estão a ponderar essa possibilidade. Mais de metade das vítimas nunca receberam apoio psicológico, e a maioria dos agressores eram sacerdotes, com apenas quatro casos de abuso por um leigo.

As vítimas eram predominantemente do sexo masculino, com idades entre 19 e 74 anos, provenientes das regiões Centro e Norte de Portugal. A maior parte delas considerava-se católica, estando a viver sozinhas em mais de 40% dos casos. O Grupo Vita pode ser contactado através da linha de atendimento telefônico (91 509 0000) ou do formulário para sinalizações no site www.grupovita.pt.

Criado em abril, no âmbito da Conferência Episcopal Portuguesa, o Grupo Vita é uma estrutura isenta, autónoma e independente que visa acolher, escutar, acompanhar e prevenir situações de violência sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica.

As conclusões do relatório destacam o impacto físico, cognitivo, emocional e comportamental dos abusos, evidenciando o isolamento, as alterações de sono, as disfunções sexuais, as mudanças nas crenças religiosas, a raiva, a vergonha, a agressividade e as tentativas de suicídio como algumas das consequências dessas situações.

Neste artigo, reunimos as informações mais relevantes sobre o relatório do Grupo Vita sobre os primeiros seis meses de atividade, onde são revelados detalhes alarmantes sobre a violência sexual no contexto da Igreja Católica em Portugal.

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